Torcida argentina eterniza lance violento às vésperas de duelo contra o Flamengo
Flamengo e Vélez entram em campo na noite desta quarta-feira (31), às 21h30 (de Brasília) no José Amalfitani. A bola rola pela ida da semifinal da Copa Libertadores da América 2022. Contudo, os clubes protagonizaram o principal episódio do duelo há quase 30 anos: na Supercopa da Libertadores de 1995.
Em 3 de outubro de 1995, o argentino Zandoná foi provocado e levou um tapa de Edmundo. A partida ocorreu em Uberlândia. Vale ressaltar que o Mais Querido já havia vencido o confronto de ida por 3 a 2 fora de casa e, naquele momento, goleada o rival por 3 a 0: tentos de Romário, Sávio e Edmundo.
Do outro lado estava o Vélez campeão do mundo. A equipe da Argentina havia batido o Milan na decisão do Mundial Interclubes no Japão em 1994 e impedido o tricampeonato do São Paulo de Tele Santana em pleno Morumbi. Era o melhor time da história do clube.
Mas o Flamengo, que vivia crise por conta da perda do Campeonato Carioca nos minutos finais em seu centenário e que não engrenava em competição alguma, bateu os argentinos e avançaram no torneio – mais tarde perderam a final para o Independiente.
Torcida do Vélez faz faixa em alusão à confusão em jogo com o Flamengo em 1995
Contudo, o que ficou marcado mesmo foi a pancadaria generalizada na segunda partida daquele mata-mata, em Uberlândia. Tudo começa quando Edmundo, após o Flamengo vencer por 3 a 0 os argentinos, começar a provocar os adversários. Até que o zagueiro Zandoná não se aguenta e dá um soco em Edmundo, que cai no gramado e rapidamente é defendido pelos companheiros.
Romário, então amigo de Edmundo, chega com uma voadora para defender o companheiro de time.
Desde então, torcedores do Vélez eternizaram a cena em bandeiras, camisas, bonés, máscaras e até mesmo em um grafite próximo ao Estádio José Almafitani, casa do clube. O episódio ficou marcado e muito para os torcedores do clube.
Para um torcedor do Vélez que foi entrevistado pelo portal ‘ge’, em cobertura para o jogo na Argentina, aquele soco foi como se estivesse lavando a alma da torcida, tendo em vista que o Vélez estava levando um baile dentro das quatro linhas.
“Estávamos levando um bárbaro baile em Uberlândia nessa partida, e isso nos doeu. Vínhamos de um Vélez campeão. E Vélez para nós é isso: nunca de joelhos, nunca humilhados. Nunca nos encolhemos. Assim fomos campeões mundiais. Não encolhemos em Tóquio (Mundial de Clubes contra o Milan), não encolhemos no Morumbi (final da Libertadores contra o São Paulo). Aí não podíamos nos encolher contra o Flamengo, e o Vélez foi para cima.”, disse.
No ano passado, a torcida do Flamengo também fez “trapos” e bandeiras para recepcionar os argentinos relembrando a confusão de 95. Contudo, as faixas foram proibidas de entrarem no Maracanã, mesmo sem torcida – os portões ainda estavam fechados por conta da pandemia de covid-19.