Antes do confronto contra o Grêmio na última quarta-feira (26), o Flamengo teve um desfalque de última hora com a ausência do lateral esquerdo Ayrton Lucas. Apesar de ter viajado com a equipe para Porto Alegre, o jogador foi cortado da partida devido a problemas físicos.
Com essa baixa inesperada, o treinador Jorge Sampaoli foi obrigado a escalar o experiente Filipe Luís como titular. Mesmo estando na fase final de sua carreira e enfrentando desafios para manter uma sequência de jogos desejada, o lateral correspondeu de forma admirável à ausência de Ayrton, sendo um dos destaques principais na vitória do time rubro-negro.
Na opinião do jornalista Rodrigo Coutinho, do GE, a atuação de destaque de Filipe se dá pelo fato de que embora seja considerado um lateral mais defensivo, ele tem uma ação mais construtora no último terço do campo, ao contrário de Ayrton Lucas, que é um jogador mais agudo:
“Filipe sempre foi um lateral de maior propensão ofensiva.[…] depois evoluiu na leitura de jogo para se converter em um ”lateral armador”, que promove mais pausas ao ritmo do time. Mais recuado, encontra passes para os companheiros entre as linhas de defesa e meio do adversário, ou aciona jogadores mais velozes em profundidade. E neste cenário é um encaixe melhor do que Ayrton Lucas no momento. Sampaoli gosta de utilizar jogadores mais adiantados no gramado para ”espaçar” a última linha de defesa adversária.” começou a dizer.
Ele ainda explica que Ayrton tem características que diferem das ideias de ocupação de espaços proposta por Sampaoli:
“Na prática, dentro de uma ocupação de espaços mais racional, como pede o futebol atual para furar defesas fechadas, o lateral-esquerdo do Flamengo não terá o ”corredor” para atacar aberto em grande parte dos jogos. E tal movimento é justamente o mais forte realizado por Ayrton Lucas. Essa é a explicação para a queda de produção que o atleta teve com Jorge Sampaoli.” continuou a dizer.
Ayrton Lucas era mais importante para Vítor Pereira que para Sampaoli
Ele ainda ressalta que por esse motivo, Beijinho tinha um impacto maior na equipe de Vítor Pereira:
“Ayrton fez um grande Estadual atuando como ala com Vitor Pereira. Ocupava todo o corredor externo do campo pela esquerda. Dava amplitude e profundidade ao time por ali. É rápido e forte para fazer esse trabalho várias vezes ao longo de uma partida. Com Dorival Junior, no 4-3-1-2 do ano passado, também encontrava a mesma situação, já que não havia um ponta ou um meia ocupando o setor que gosta de atacar.” concluiu.
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