Segurança que estava na tragédia no Ninho do Urubu é desligado do clube e coloca o Flamengo na justiça
O fatídico incêndio no Ninho do Urubu no dia 8 de fevereiro de 2019 que matou dez atletas da categoria de base do Flamengo e deixou dois feridos, ainda é tema no que diz respeito ao extracampo do clube. Agora, um segurança que trabalhou por mais de dez anos no Rubro-Negro foi à Justiça para cobrar um erro no do clube junto ao INSS.
Em matéria publicada no blog da Gabriela Moreira, no ‘ge’, o segurança Benedito Ferreira foi demitido pelo Flamengo no início deste mês e mostra laudos que provariam os motivos de sua ausência, entre elas, a tragédia no Ninho do Urubu. O profissional passou alguns meses em tratamento para poder voltar a exercer sua profissão novamente. Contudo, a principal reclamação d segurança, foi o fato de o Flamengo não ter relacionado seu afastamento do trabalho junto ao INSS.
De acordo com as leis trabalhistas, a remuneração de quem se acidenta no trabalho tem valor maior, além de o empregado gozar de mais direitos, por mais tempo.
“Importante mencionar que, ao arrepio da boa-fé contratual, o clube Reclamado negou-se a abrir Comunicação de Acidente do Trabalho, o que contribuiu para que o Reclamante não tivesse reconhecido o nexo de causalidade com os eventos de 08 de fevereiro de 2019, tendo recebido do INSS auxílio-doença (Código 31). Como não teve reconhecido o direito à percepção do auxílio-doença acidentário, ainda não teve reconhecida a estabilidade prevista no art. 118, da Lei 8.213, de 1991 e Súmula 378, do Colendo TST”, sustentou o advogado do segurança, Eduardo da Silva Rodrigues, nos autos do processo.
Ainda de acordo com a jornalista Gabriela Moreira, o funcionário pede, também, uma indenização por danos materiais e morais. Sustentando o pedido, estão anexados laudos psiquiátricos encaminhados pelo Flamengo. Entre eles, o mais recente, de junho deste ano:
“Pensamentos lentos e pessimistas, insônia, alteração de consciência do eu, alteração de memória e incapacidade de realizar tarefas ou ações”.
Nesses laudos constam remédios como antidepressivos que o segurança toma diariamente em altas doses.
Flamengo responde oficialmente sobre o caso
Em contrapartida, o Flamengo explicou o motivo da demissão do profissional.
“O Benedito não foi demitido por nada que tenha feito. Não existe um motivo especial. Apenas seus serviços não estavam mais sendo necessários às demandas internas do clube. Tecnicamente falando, trata-se de uma demissão sem justa causa, a mais comum que existe. Tendo, o mesmo, recebido todos os seus direitos trabalhistas. No que tange às perguntas envolvendo a questão do acordo e do incêndio, são assuntos que estão sendo debatidos na justiça, no processo ajuizado por ele, razão pela qual o clube tratará deles apenas na demanda ajuizada”.